Parece que finalmente arranjei palavras pra escrever. Apesar de ter tudo bem alinhado e de saber perfeitamente cada sentimento decor, parece que as palavras não encaixavam em perfeita sintonia, em cada frase que eu escrevia. Então, era fácil. Apagava, e deixava sempre para o dia seguinte. O problema é que em nenhum dos dias que vinha depois, consegui escrever uma única afirmação que fizesse sentido, ou que se encaixasse em mim. O meio engraçado, é que durante este tempo li imensas frases, passei os olhos em muitas palavras, nas quais me identifiquei. Frases que continham palavras que formavam uma verdade na qual me identificava. Era isso. Li sobre lutas que deram certo, e desistências que levaram à saudade. Li sobre bonitos sentimentos e também sobre más sensações. A felicidade e a tristeza, e sobre o amor que as provocavam. E tanto numa como noutra, eu sentia-me lá. Presente nas palavras, como se elas estivessem a descrever a minha consciência e pensamento. Assim, cheguei à conclusão de que nem eu própria sabia o que sentia, ou melhor, o que estava a sentir. Porque te amo de um tal jeito que num dia sinto alegria, e no outro um terrivel medo de te perder. Num dia sinto-me amada, e no outro esquecida. Tu estavas a fazer isto. A provocar o desalinho e o alinho na minha mente. Estavas a dar-me o maior sorriso, para depois os medos que sentia, o transformarem em lágrimas. Estavas a dar-me o maior sentimento que o meu pequeno coração já carregou. E a angústia por pensar que um dia, esse sentimento poderia ter de ir embora. No meio de tudo isto, esqueci-me de referir que também li algo com o qual discordei completamente. E sabes o que foi ? Que um dia iria encontrar alguém como tu.