5.6.11

Os passos até ti acabaram. Lamento, o meu amor mais profundo, acabou. 
Nestes demasiados dias, com essa tua ausência, fui aprendendo a respirar, a viver. Viva. Na realidade. Peço desculpa, não quero dar-te o mais profundo de mim quando tu próprio não sabes a profundidade do que te fui dando.
Podes parar, as cicatrizes vão sarar, o coração vai-se recompor. Deixou de ser gelo, de ser pedra. 
Demorou tempo até que este máu estar desaparecesse, porque agora sinto-me bem. Demorou até que conseguisse voltar a pôr algum brilho neste olhar, que antes era vazio. O espelho da alma, antes obscuro. Conformei-me com o facto de a vida ter tomado este rumo e de o destino, se é que ele existe, não ter destinado uma página pra nós, no seu enorme livro do futuro. Talvez por saber que não era acertado, ou então, porque simplesmente nunca nos devíamos ter cruzado. Devia ter perdido a primeira vez em que nos unimos de certa forma e também as promessas que foram lançadas ao ar, e que não passaram disso. Talvez.
Sei perfeitamente que anseio a tua presença, mas digo-te, não voltes. Eu conformei-me, eu conformei-me. Não quero resgatar as feridas da sua cura, nem sentir o amor rasgado. Apesar de me teres mostrado o melhor de mim, renego agora, os momentos de felicidade por ti causados. Não porque o sentimento se afundou, mas sim porque as condições acabaram. Quero sentir felicidade, sem ti, a partir de agora. Quero descobrir se isso é realmente possível.
Não voltes. Os passos até ti .. acabaram.
because not everything is perfect.

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